sexta-feira, 26 de julho de 2013

Preocupação com descarte correto de resíduos sólidos aumenta no Brasil


Municípios e empresas estão começando a entender a importância de investir em sustentabilidade.

O compromisso com o meio ambiente ainda é tímido por parte da população, como aponta o relatório de 2012 do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. Os dados mostram que 2/3 da população não usavam o verso da folha de papel (65%) e não compravam produtos com material reciclável (71%). Pequenas atitudes, como fechar a torneira enquanto se escova os dentes, apagar lâmpadas em ambientes desocupados e desligar aparelhos eletrônicos, foram ignoradas pela maioria da população.

Vale: tratamento de resíduos no núcleo urbano de Carajás.

Já as empresas estão começando a correr atrás de resultados mais positivos. “Hoje, elas estão mais preocupadas com o impacto que suas atividades causam ao meio ambiente. A comunicação, como a elaboração de relatório de sustentabilidade, é uma ferramenta que confere mais transparência às práticas adotadas”, afirma Vinicius Cataldi, consultor desustentabilidade da Report Sustentabilidade, agência de comunicação voltada para a área.

Pioneira na produção de relatórios, a Natura, empresa de cosméticos, por sua vez, investe tanto nos produtos que vende quanto na cadeia de produção. Em associação com comunidades rurais espalhadas pelo País, a empresa promove o manejo sustentável dos ativos envolvidos na produção da linha Ekos. Para o consumidor final, estimula a compra de embalagens refis, que são feitas com o chamado Plástico Verde, 100% reciclável e que emite menos carbono na confecção do material se comparados com os demais. 

Outras práticas simples, como adotadas pela Braskem, por exemplo, também influenciam positivamente o mercado. Em parceria com Plásticos Suzuki, a empresa destinou as sobras da produção industrial para a confecção de bancos, lixeiras e floreiras, que já foram instalados em espaços públicos de cidades como Paulínia (SP) e Maceió (AL), e mantém programas de educação ambiental, manutenção de parques e de uma estação ambiental no entorno da empresa.

Estes são só alguns casos que ilustram algumas práticas que estão sendo adotadas recentemente pelas empresas. “O que é resíduo para mim, pode ser matéria-prima para outra pessoa”, afirma Mayura Okana, fundadora da B2Blue.com, plataforma online que negocia e comercializa os resíduos gerados pelas empresas e indústrias via B2B. “O óleo descartado pode ser usado para gerar energia em outra empresa; tecidos que sobram da indústria têxtil podem ser reutilizados como pano para limpar peças de empresas do setor automobilístico. Exemplos não faltam para mostrar como resíduo pode ser reutilizado facilmente”, garante.

Os governos municipais também estão começando a trabalhar nesse sentido e, segundo o relatório divulgado esse ano pelo Carbon Disclosure Project (CDP), organização internacional sem fins lucrativos que procura ajudar empresas e cidades a medirem e gerenciar as informações sobre o meio ambiente, a participação dos municípios brasileiros no relato de ações sustentáveis cresceu mais de 265%.

Em Londrina, por exemplo, a cidade lançou em 2011 o projeto “Cesta Verde”, programa em que a população troca o lixo reciclável por alimentos orgânicos. Em São Paulo, a rede Nossa São Paulo promove ações para estimular o desenvolvimento sustentável e criou o Projeto Cidades Sustentáveis, a fim de mobilizar os pré-candidatos à prefeitura adotarem medidas de desenvolvimento sustentável e, após a eleição, prestar contas com base nos indicadores de resultados.

É preciso que população, empresas e governos municipais atentem às medidas sustentáveis, pois o prazo para expirar a data limite de execução do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê entre as medidas o fechamento de lixões até 2014, dando lugar à construção de aterros controlados ou aterros sanitários, está acabando e ainda há um longo caminho a seguir.

A lei aprovada em 2010 que desenvolveu o plano, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), foi pensada e organizada de forma a contribuir para o crescimento sustentável e o incentivo à reciclagem. Ainda de acordo com a lei, municípios que não se adequarem às normas, serão enquadrados como crimes ambientais.

Fonte:

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Substância pode armazenar energia de fontes renováveis




Dióxido de titânio pode servir para a construção de dispositivos de armazenamento de energias renováveis, segundo estudo





Energia eólica: fontes renováveis produzem eletricidade intermitentemente, dificultando integração à rede elétrica. Armazenar energia poderia contribuir para equilibrar alimentação da rede, diz cientista

Sydney - O dióxido de titânio (TiO2), uma substância química comumente utilizada nas indústrias, pode ajudar a armazenar a energia produzida por fontes renováveis, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na Austrália.

Esta substância usada, por exemplo, como pigmento branco em pastas de dente, plásticos e protetores solares, pode servir para a construção de dispositivos de armazenamento de energias renováveis, segundo a química Yun Liu da Universidade Nacional Australiana.

As fontes renováveis, como a solar ou eólica, produzem eletricidade intermitentemente, por isso que sua integração à rede elétrica representa um grande desafio, explicou a pesquisadora à rede local "ABC".

Mas o armazenamento desta energia, com ajuda desta substância química, poderia contribuir para equilibrar a quantidade de energia que alimenta a rede, acrescentou a cientista.

Liu e seus companheiros tentaram durante vários anos achar o material perfeito para incluí-lo nos condensadores elétricos, dispositivos passivos utilizados para armazenar energia.

Para isso, os cientistas propuseram construir estes condensadores mediante a separação de dois eletrodos metálicos com um isolante (material dielétrico).

"Se duas moedas forem separadas com um pedaço de papel já se tem um condensador elétrico, embora o papel tenha uma mínima capacidade de armazenamento de energia", explicou Liu.

A química australiana explicou que sua equipe buscava um material que tivesse três características: uma constante dielétrica muito elevada para que possa armazenar muita energia, uma baixa perda dielétrica para não despediçá-la e a capacidade de resistir a uma grande gama de níveis de temperatura.
Achar este material não foi fácil porque geralmente podiam ter uma grande constante dielétrica, mas não capacidade de evitar a perda de energia ou de resistir a diversas temperaturas.

Após cinco anos de trabalho, a equipe científica formada também por Ray Withers, descobriu que o também chamado óxido de titânio, manipulado em nível molecular, cumpre com todos os requisitos.

"É um sonho que se tornou realidade", cotou a cientista da universidade australiana, considerando que este material que se encontra em estado natural no mundo todo também pode ser utilizado em veículos elétricos e tecnologia militar e espacial.

"É um material simples e abundante, e a Austrália atualmente domina o mercado exportador deste produto", avaliou Liu, que espera trabalhar em breve nas aplicações do dióxido de titânio.


 

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