terça-feira, 12 de novembro de 2013

O que aconteceu com os misteriosos humanos do Saara há 7.000 anos?


Com suas areias escaldantes praticamente sem vida, o Saara, na África Central, é o maior deserto da Terra. Mas há apenas alguns milhares de anos atrás, o Saara era um lar para as civilizações humanas iniciais. Ao longo da última década, temos obtido uma imagem nítida do que aconteceu com as pessoas que viviam nesta paisagem perdida.


Aproximadamente do tamanho dos Estados Unidos, o Saara se estende por vários países africanos e pelo Oriente Médio, incluindo o Egito, Chade, Sudão, Líbia, Argélia e muito outros.

Hoje, o deserto é vasto e ameaçador. Mas alguns arqueólogos que viajaram profundamente nos confins ocidentais da área ao longo dos últimos cem anos descobriram algo incrível. Há enormes murais de arte rupestre paleolítica que remonta, pelo menos, há 10 mil anos, mostrando tudo: desde animais até as roupas que as pessoas usavam durante as cerimônias da aldeia.


Muitas vezes, as pessoas nestas pinturas foram desenhadas com cabeças muito redondas, um estilo característico saariano. Pinturas que partilham este estilo provavelmente vêm de pessoas com origens culturais semelhantes. Como o passar dos séculos, as pinturas se tornaram mais sofisticadas e vemos imagens que mostram ferramentas da Idade do Bronze, pessoas andando a cavalo e usando potes de barro. A questão é: o que aconteceu com essas pessoas? Como elas viviam em tais condições áridas? Para onde elas foram?

Stefan Kröpelin é um arqueólogo da Alemanha que queria descobrir todas essas respostas. Ele e sua equipe se aventuraram no deserto inexplorado à procura de pistas. Eles seguiram os locais destas pinturas rupestres, e ao longo do caminho, começaram a descobrir os sinais de como o Saara era há milhares de anos. Em maciços vales secos, eles encontraram conchas e esqueletos de peixes. Eles também descobriram restos de árvores e vestígios de pólen.

Eles perceberam que o que eles estavam testemunhando era uma história de mudanças climáticas na região. A terra outrora fértil de chuvas e lagos secaram em uma paisagem tipicamente marciana em pouco mais de 10 mil anos.


Em um artigo de 2006, Kröpelin e sua equipe explicam este quadro de ocupação humana. Os pontos vermelhos são áreas de habitação humana a longo prazo, e os pontos brancos mostram ocupação humana transitória. O que eles sugerem é que, após um longo período árido durante a última idade do gelo, o Saara começou a sentir fortes monções por volta de 8.500 aC. Toda a região se tornou uma savana gramada, repleta de plantas e animais comestíveis, e as pessoas se mudaram do vale do Nilo para o Saara ocidental. Conforme as monções cresciam, cerca de 7.000 aC, as pessoas se mudaram para o sul também. Mas, em seguida, cerca de 5.300 aC, as monções começaram a secar. Foi quando as pessoas começaram a se aglomerar ao redor do Nilo novamente.

A questão é o quão rápido esta transformação aconteceu. Alguns cientistas argumentam que a mudança climática foi muito abrupta, levando apenas um século para as colinas verdejantes e os lagos tornarem-se dunas de areia do Saara de hoje. Mas Kropelin e sua equipe, em um artigo de 2008, argumentam que a mudança levou mais de 5 séculos. Eles basearam esta hipótese em evidências extraídas de amostras de um antigo lago no Chade, cujas águas fornecem um registro quase perfeito das últimas 6.000 estações do ano.

O que eles descobriram foi que a vegetação na área morreu lentamente, durante um longo período de tempo. Não houve uma mudança abrupta no clima. E é por isso que seres humanos na área provavelmente tiveram muito tempo para migrar para as margens do Nilo, onde a grande civilização egípcia se tornou lendária.

Fonte: http://misteriosdomundo.com/o-que-aconteceu-com-os-misteriosos-humanos-do-saara-ha-7-000-anos
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