quarta-feira, 20 de junho de 2012

O resumo da Rio + 20: Metas indefinidas, Ambientalistas, Manifestações e Abertura oficial...




Ambientalistas e o documento da Rio + 20 - ONGs criticam ‘enfraquecimento’ do documento

Movimentos Sociais e ONGs que participam da Rio+20  criticaram a falta de ações e compromissos imediatos no esboço de documento da conferência  apresentado nesta terça-feira(18) e que será submetido aos chefes de estado e de governos. As organizações consideram o texto muito vago sem levar em conta a urgência dos atuais problemas.

O Greenpeace classificou como ‘patético’ o documento que provocou muita discussão desde a semana passada nas reuniões preparatórias da Rio+20. Em nota, a ONG afirma que o rascunho do documento pode levar a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável à um ‘fracasso épico’.

“A negociação que foi até às 3 horas é um texto patético, uma traição, e é por isso que estamos chamando essa conferência não de Rio+20, mas, talvez, de Rio menos 20”, diz a nota divulgada pela ONG

Já o seu diretor executivo, Marcelo Furtado, destacou que a conferência tende a jogar a responsabilidade da preservação do meio ambiente para a sociedade civil. Furtado advertiu que o texto final da conferência elimina a esperança de por em prática o slogan da Rio+20: O futuro que nós queremos.

Furtado sobre rascunho final:”Como indicador de um caminho melhor para o mundo a Rio+20 está encerrada”

“A Rio+20, no sentido de indicador para um caminho melhor para o mundo, está encerrada. É um retrocesso. Os temas que estavam em pauta foram diluídos, o que resultou num enfraquecimento total”, atestou Furtado.

“Os grandes interesses da indústria de combustíveis fósseis falaram mais alto”, disse, complementando que, em comparação a outras conferências sobre o meio ambiente, a Rio+20 representou uma regressão. “Jogou fora metas firmadas em nome da burocracia internacional”.

O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kimi Naiddo, ressaltou que é preciso pensar “fora da caixa” para resolver os problemas do mundo, e rever o modelo econômico atual, baseado apenas em “mais mercados, mais produtos e mais dinheiro. Temos que fazer mais com menos”, concluiu.

O porta voz da Aliança do Norte para a Sustentabilidade (Anped), Leonardo Rocha, considerou o texto fraco e "um desperdício” pelo potencial da conferência que mobilizou 193 chefes de estado.

Manifestações no Rio + 20 - Ambientalistas pedem veto ao Código Florestal, índios protestam no BNDES contra fundo de investimento da Amazônia e mulheres com seios de fora reivindicam direitos...

O sexto dia da Rio+20 foi marcado por manifestações pelas ruas da cidade. Em três atos públicos diferentes, ambientalistas, índios e mulheres de seios de fora pararam o Centro da cidade nesta segunda-feira.

O protesto no final da tarde de segunda, o terceiro do dia, foi de ONGs ambientalistas contra o Código Florestal. Empunhando faixas e cartazes com críticas à presidente Dilma Rousseff, apitando e gritando palavras de ordem contra o Novo Código Florestal, a construção da Usina de Belo Monte e a política ambiental do governo federal, cerca de duas mil pessoas do movimento organizado pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas — o mesmo que liderou a campanha “Veta Dilma.

De maiô vermelho, short branco e um cocar de penas coloridas, Estrela, de 5 anos, seguia à frente dos manifestantes. Junto com a mãe, Siele Pontalti, de 30 anos, a menina rabiscava com giz o asfalto das principais avenidas do Centro do Rio, como Rio Branco, Almirante Barroso e Chile. Nascida na Espanha, mas morando no Xingu, a menina desenhava símbolos pacifistas. Já a mãe escrevia frases de protesto contra a construção da Usina de Belo Monte.

- Eu estou aqui porque quero ajudar o planeta e defender os índios - disse a menina, que corria alegre pelas pistas da Rio Branco em meio às motocicletas dos policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) e do Batalhão de Choque.

Ativista da Etnia Planetária Institute, Sieli disse que trouxe a menina ao Rio para lutar pelo futuro do planeta:- Nós, adultos, não temos mais futuro. Mas temos que lutar por um mundo melhor para eles - disse a moça.

Outra figura do protesto foi o Caio de Miranda, que vestido como a presidente Dilma Roussef carregava um estandarte com o mapa do Brasil. Em frente ao prédio do BNDES, na Avenida Chile, ele ateou fogo ao mapa de papel.

Índios também marcharam no Centro nesta segunda-feira

Após a marcha realizada por mulheres que também participam da Cúpula dos Povos, índios contrários aos investimentos feitos pelo BNDES em grandes empreendimentos na Amazônia, como hidrelétricas, que contribuem para o desmatamento. O cacique Werakwaray, do Espirito Santo, informou, por volta das 14h, que uma comissão de 12 indígenas conseguiu negociar com autoridades do banco.

Quando os índios chegaram ao BNDES, seguranças fizeram um cordão de isolamento na entrada principal do prédio. A porta do edifício da Petrobras, do outro lado da rua, também foi fechada para evitar a entrada dos manifestantes. O representante dos Arariboias, Bentilho Jorge, disse que eles esperavam ser recebidos por algum representante do BNDES.

- A gente espera ser recebido pelas lideranças do BNDES, pois precisamos protestar contra o Fundo Amazônia e a PEC 215, que se for aprovada não vai permitir mais que sejam demarcadas nossas terras - afirmou.

Em nota, o BNDES informou que os manifestantes se reuniram com o vice-presidente da instituição, João Carlos Ferraz. Durante o encontro, os representantes dos índios questionaram o impacto, em suas comunidades, de projetos financiados pela instituição. Ficou acertada a formação de uma comissão de cinco representantes indígenas, que será recebida para uma nova reunião, provavelmente em julho, também na sede do BNDES. O objetivo é que as lideranças e o banco elaborem uma agenda de trabalho conjunta.

Mulheres também fizeram marcha pelo Centro do Rio

O nó no trânsito desta segunda-feira começou com uma manifestação de mulheres da Cúpula dos Povos. Segundo organizadores do evento, cerca de 5 mil mulheres de 60 organizações participaram da manifestação. Muitas, inclusive, desfilaram com os seios de fora. A Polícia Militar, entretanto, ainda não informou o número de protestantes. Outros movimentos populares juntaram ao protesto.

De acordo com uma das organizadoras da Marcha das Mulheres e representante da Via Campesina, Adriana Mesali, o objetivo era chamar atenção para a reivindicação dos movimentos e atenção do governo.

Rio + 20 começa oficialmente

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, abriu oficialmente nesta quarta-feira a Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, onde líderes globais deverão discutir durante três dias propostas para a erradicação da pobreza paralelamente à defesa do meio ambiente.

"Vinte anos depois, temos outra chance (...). Não a desperdiçaremos", pediu Ban Ki-moon.

Em torno de 191 membros da ONU e 86 líderes globais participam da conferência.

O evento ocorre 20 anos depois da Rio 92, na qual os países participantes concordaram em combater as mudanças climáticas, entre outros pontos.

"Estou satisfeito de que as negociações tenham chegado a uma conclusão satisfatória e cumprimento a Presidência do Brasil por facilitar esse resultado. Um acordo histórico está a nosso alcance", disse Ban Ki-moon.

"O mundo está nos observando para ver se as palavras se traduzem em ações, como sabemos que deve ocorrer. A Rio+20 não é um final, é um começo. É hora de que todos pensemos globalmente e a longo prazo, começando aqui no Rio, porque o tempo não está do nosso lado", completou.

"Não tenho dúvida de que estaremos à altura dos desafios que a situação global nos impõe", disse a presidente Dilma Rousseff, ao assumir a chefia da conferência.

O encontro começou com a exibição de um curta-metragem de três minutos chamado "Bem-Vindos à Antropocena", com imagens dramáticas sobre as mudanças no meio ambiente desde a Revolução Industrial.

Nesta quarta-feira, os principais bancos de desenvolvimento do planeta anunciaram, paralelamente ao evento, um pacote de 175 bilhões de dólares para apoiar o transporte sustentável em países em desenvolvimento.

"Estão aqui para salvar sua imagem ou nos salvar?", perguntou aos líderes globais Brittany Trifold, uma neozelandesa de 17 anos, que com uma mensagem aos líderes buscou alertá-los a tomar ações concretas que beneficiem a humanidade no longo prazo.

Cerca de 191 discursos devem ocorrer até a sexta-feira, quando os líderes encerrarão a conferência dando seu parecer sobre o documento de 53 páginas fechado pelos negociadores na terça-feira.

O rascunho propõe medidas para combater os problemas ambientais do planeta e tirar bilhões de pessoas da pobreza por meio de políticas que também preservem as fontes naturais.

Uma das questões mais polêmicas discutidas no documento são as medidas propostas para promover a economia verde e os "Objetivos do Desenvolvimento Sustentável" que devem substituir as Metas do Milênio da ONU após elas expirarem, em 2015.

Connie Hedegaard, comissária europeia para a Mudança Climática, disse que a Europa pediu um texto mais ambicioso.

"Acredito que muitos europeus, incluindo os ministros, a presidência, a comissão, brigaram por mais ambição, por mais compromissos, mais prazos", disse à AFP.

"Não conseguimos tudo o que queremos, mas buscamos progresso."

Ativistas de defesa do meio ambiente expressaram seu ceticismo em relação ao rascunho.

"Não há nada para as pessoas e o meio ambiente", disse à AFP Daniel Mittler, diretor do Greenpeace International.

Os líderes, incluindo o presidente francês, François Hollande, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, e os primeiros-ministros da Índia, Manmohan Singh, e da China, Wen Jiabao, também participam da conferência.

Mas as ausências mais relevantes são do presidente americano, Barack Obama, do premiê britânico, David Cameron, e da chanceler alemã, Angela Merkel.

 Estudante abre discurso na Rio+20 – "Vieram para salvar sua imagem ou nos salvar?"
"Peço que considerem por que estão aqui: é para salvar sua imagem, ou é para nos salvar?", questionou nesta quarta-feira a estudante neozelandesa Brittany Trilford aos líderes do planeta na abertura da Cúpula Rio+20 da ONU.

"Meu nome é Brittany Trilford, tenho 17 anos e sou uma criança. Hoje, nesse momento, sou todas as crianças, uma das 3 bilhões do planeta", disse com firmeza esta blogueira neozelandesa, convidada a falar na cerimônia de abertura da cúpula, aos 86 chefes de Estado e de governo.

Brittany repetiu assim o apelo feito por Severn Suzuki na Rio-92.

"A próxima geração pede mudança, ação, para que possamos ter um futuro. Confiamos em vocês", afirmou.

"Vocês têm 72 horas para decidir o destino de nossas crianças, dos meus filhos, dos filhos dos meus filhos. O cronômetro está contando, tic, tac, tic, tac", enfatizou a jovem, dirigindo-se aos 191 governos participantes da conferência que definirá os rumos do planeta no desenvolvimento sustentável e da qual se esperam medidas para preservar o meio ambiente e lutar contra a pobreza.


Fontes:
http://veja.abril.com.br/noticia

http://oglobo.globo.com/rio/manifestacoes-nas-ruas-do-centro-marcam-sexto-dia-da-rio20-5237067


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